saramago

« se tens um coração de ferro, bom proveito. o meu fizeram-no de carne, e sangra todo o dia. »

10 de janeiro de 2012

sala de cinema



continuas a viver em mim, quer queiras ou não, e isso tão cedo não vai mudar. tu tens tanto de ti em mim, e provavelmente nem o imaginas. tenho o teu cheiro em quase todos os centímetros da minha pele. ainda me arrepio quando fecho os olhos e me volto a lembrar da primeira vez que os teus lábios tocaram os meus e continuas a habitar os meus sonhos. sabes o que acho mais engraçado? é que quando te tinha e aparentemente formávamos um casal, sonhava sempre que acabávamos ou que não nos falávamos, e isso deixava-me tão assustada . mas agora que nem falamos sonho sempre que estamos juntos, e estamos tão bem.
uma das coisas boas dos sonhos é que nos conseguimos ver a nós próprios, e isso acaba sempre por ter a sua piada. e eu vejo-me a teu lado, com a tua mão na minha e a minha cabeça bem pertinho do teu coração. vejo-me tão feliz, como nos filmes lamechas que eu tanto odeio. e agora que reparo bem, tu tornas os meus sonhos em filmes. a minha cama é tal e qual como uma sala de cinema, deito-me e fico á espera que o sono venha. a diferença é que quando vou ao cinema fico sentada, mas também gosto sempre de esperar pelo inicio do filme, e tu sabes bem que é verdade o que aqui digo. e quando o filme começa, fico atenta a tudo, reparo em todos os pormenores. se o filme não é bom, acabo por perder-lhe atenção a meio. mas quando o filme é bom, não tiro os olhos do ecrã nem por um segundo, e quando acaba nem vontade tenho de me levantar daquela sala. só me apetece pedir para que voltem a por o filme outra vez, e ficar ali sentada a ver tudo outra vez. a mesma coisa se passa nos meus sonhos: quando sonhava que estávamos mal só pedia que o tempo andasse mais depressa e pedia desesperadamente para acordar. pelo contrário, agora sempre que sonho contigo, sempre que estás comigo daquela maneira tão única e que me deixa tantas saudades, chateio-me sempre que acordo e tento á força voltar adormecer e peço que o sonho continue.
/ cárina machado.

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